sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O lado que ninguém conta de se chegar em uma maratona.

Vejo as pessoas escrevendo sob seus feitos e superações de dor inclusive para se vencer determinadas distâncias e isso as vezes me incomoda. Acho que isso é um pouco em função do nossas vidas editadas nas redes sociais, afinal de contas, mostramos apenas o quanto estamos ultra bem e felizes, afinal, é só isso que vemos de nossos amigos que podem estar na pior, mas que em suas edições, souberam se vender bem, mas voltemos então quando eu ainda era criança e essa possibilidade não existia.

Final de ano na casa dos avós e para quem é mais velho, lembra que a São Silvestre passava meia-noite com os corredores literalmente correndo para a ano novo. Dessa época, me lembro claramente do equatoriano Rolando Vera e da portuguesa Rosa Mota que ganharam inúmeras vezes a prova. Ali foi-me instigada a vontade de correr, mas embora tenha praticado esporte por toda a vida (inclusive umas corridas esporádicas), foi preciso uma partida de futebol entre alunos e professores onde eu com uns 2 minutos e uns 3 piques já estava completamente morto. Isso ali pelos idos de 2006. Finda a partida e resolvi que eu precisava alterar esse quadro e algum tempo depois comecei a dar umas corridas de uma forma completamente diferente das de hoje. Sem relógio e eu sequer sabia o quanto corria dando algumas voltas no entorno de casa.

Uma frequência consistente de corrida demorou um pouco para acontecer e eu chegava a passar alguns meses sem correr para recomeçar praticamente do zero, mas aos poucos comecei a correr com mais compromisso para comigo mesmo e a São Silvestre começou a rondar meus pensamentos de novo. Era por causa dela que eu queria correr e fui então ver as reais possibilidades. 2012 eu já estava determinado a correr a São Silvestre, mas tanto nesse ano quanto no posterior por acidentes caseiros em nada relacionado com corrida, abortei a missão. Parava mais um tempo e voltava praticamente do zero de novo.

Em 2014 eu já procurava ler coisas sobre corrida na rua e enfim me inscrevi para uma corrida de 5k. Aquilo me gerou a famosa expectativa sobre a primeira prova e acordar ainda com o dia escuro. Não me esquecerei do dia e da prova e todo aquele clima no ar. A questão é que como eu havia lido, comecei com uma prova de 5k quando já corria pouco mais de 10k, mas o que pensam que aconteceu?

Eu simplesmente "quebrei". E quebrei por falta de experiência mesmo. Uma coisa era correr só e no meu tempo, outra foi largar com as pessoas que acabaram por minha inexperiência puxando o meu ritmo muito para cima. Uma decepção comigo mesmo e a alegria pela primeira medalha.

Registro de minha primeira corrida oficial

Dessa prova e do ambiente, fiquei sabendo de uma assessoria de imprensa que sortearia acompanhamento por cerca de 3 meses visando a São Silvestre. Bastava eu terminar 10k dentro de uma hora. Quem assim o fizesse estaria apto ao sorteio e treinei para tal dia. O problema para mim, foi o calor que fazia visto que era a primeira vez que eu corria aquele horário. 9h da manhã visando exatamente a São Silvestre. Com 6k me deu uma dor de cabeça proveniente disso, mas não só terminei dentro do limite estipulado quanto fui sorteado e isso me deu uma boa rotina de treino, mais acompanhamento. Nesse intervalo, corri oficialmente meus primeiros 10k e finalmente cheguei em minha São Silvestre. Ao término dela, fiquei aguardando alguns amigos que corriam pela primeira vez também chegarem e só fui embora quando tive certeza de ver todos.

Caminhando, cheguei no carro, entrei e extremamente cansado sentei e chorei. Era um choro na verdade de alívio e alegria por ter alcançado minha meta de quem começou a correr. Mal sabia eu naquele momento que algum tempo depois eu ia querer mais.

Se quiser saber como foi minha primeira São Silvestre, clique aqui, mas algum tempo depois eu descobriria que novos desafios fariam parte de minha vida e em breve eu continuo essa história.



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